08 de Junho – Dia de Corpus Christi
Celebrada pela primeira vez no século XIII, Corpus Christi é uma festa que faz parte das tradições da Igreja Católica, sendo, atualmente, um dos onze feriados nacionais estabelecidos no nosso país, obrigatoriamente comemorado em uma quinta-feira. Nesta data celebra-se o sacramento da eucaristia, um dos principais elementos do catolicismo. A expressão Corpus Christi vem do latim e significa “Corpo de Cristo”. Assim como o nome sugere, a festa foi criada em referência ao sacramento da eucaristia. Esse sacramento é realizado para relembrar a morte e ressurreição de Jesus Cristo. Nele é consumido um pedaço de pão, símbolo do corpo de Cristo, ingerido com um pouco de vinho, símbolo do sangue de Cristo. O sacramento da eucaristia acontece em referência à Última Ceia e à ordem de Cristo de consumir pão e vinho em sua memória. Os católicos acreditam que, durante a eucaristia, ocorre algo conhecido como transubstanciação, ou seja, que após consagrados pelo padre, pão e vinho tornam-se em essência a carne e no sangue de Jesus Cristo.
Corpus Christi é comemorado exatamente 60 dias após a Páscoa, sempre em uma quinta-feira. A obrigatoriedade está ligada à Última Ceia, que aconteceu em uma quinta. Um marco importante para se definir a data de Corpus Christi é o Domingo da Santíssima Trindade, que acontece oito semanas depois da Páscoa, sendo a data fixada na quinta-feira após o Domingo da Santíssima Trindade.
12 de junho – Dia dos Namorados
O Dia dos Namorados é uma data comemorativa, não oficial, destinada aos casais de namorados, pretendentes e apaixonados. A comemoração desta data remonta o Império Romano. Um bispo da Igreja Católica, São Valentim, foi proibido de realizar casamentos pelo imperador romano Claudius II. Porém, o bispo desrespeitou a ordem imperial e continuou com as celebrações de matrimônio, porém de forma secreta. Foi preso pelos soldados e condenado à morte. Enquanto estava na prisão, recebeu vários bilhetes e cartões, de jovens apaixonados, valorizando o amor, a paixão e o casamento. O bispo Valentim foi decapitado em 14 de fevereiro do ano 270. Em sua homenagem, esta data passou a ser destinada aos casais de namorados e ao amor. A comemoração passou a ser realizada todo 14 de fevereiro, principalmente, na Europa e, posteriormente (século XVII), nos Estados Unidos.
Já no Brasil a data surgiu no comércio paulista, quando o publicitário João Dória conheceu o Valentine’s Day (em português, Dia de São Valentim) em uma de suas viagens ao EUA, trazendo a ideia para o Brasil, porém adaptada. O objetivo do publicitário era aumentar as vendas, pois em junho o desempenho do comércio era fraco. Diferentemente de outros países, a data escolhida para essa comemoração foi o dia 12 de junho, estando relacionada ao frei português Fernando de Bulhões (Santo Antônio), que em suas pregações religiosas sempre destacava a importância do amor e do casamento e, em virtude disso, após ser canonizado, ganhou a fama de “santo casamenteiro”.
Assim como em diversos outros países, no Brasil também é tradição a troca de cartões e presentes entre os casais.
13 de Junho – Dia de Santo Antônio
Mesmo quem não é católico já ouviu falar de Santo Antônio. Afinal, além de ser o santo que abre as comemorações das festas juninas — a data do Dia de Santo Antônio é 13 de junho — ele carrega a fama de ser o “santo casamenteiro”.
Santo Antônio ou Fernando Antônio de Bulhões (nome de nascença) nasceu em Lisboa, Portugal, em 15 de agosto do ano de 1195. De família nobre e rica, era filho único de Martinho de Bulhões, oficial do exército de Dom Afonso e de Tereza Taveira. Sua formação inicial foi feita pelos cônegos da Catedral de Lisboa. Antônio gostava de estudar e de ficar mais recolhido. Aos 19 anos, contra a vontade de seu pai, entrou para o Mosteiro de São Vicente dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho. Doze anos depois, já em Coimbra, foi ordenado sacerdote. Ao conhecer os freis franciscanos, entusiasmou-se pelo fervor e radicalidade com que viviam o Evangelho e, pouco depois, tornou-se Frei Antônio, mudando-se para o mosteiro de São Francisco de Assis.
Santo Antônio faz o pedido de ir para o Marrocos pregar o evangelho e os Franciscanos permitem. No meio do caminho, porém, Frei Antônio fica muito doente e é forçado a voltar para Portugal. Na viagem de volta, o barco é desviado e vai para Itália, terminando por parar na Sicília, em um grande encontro de mais de 5 mil frades franciscanos chamado Capítulo das Esteiras. Lá, Antônio conhece pessoalmente São Francisco de Assis. A mão de Deus o tinha guiado por caminhos diferentes.
Após conhecer São Francisco, Frei Antônio passa 15 meses como um eremita no monte Paolo. São Francisco enxerga os dons que Deus deu a ele, chama-o de Frei Antônio, meu Bispo e o encarrega da formação teológica dos irmãos do Mosteiro. No capítulo geral da ordem dos franciscanos ele é enviado a Roma para tratar de assuntos da ordem com o Papa Gregório IX, que fica impressionado com sua inteligência e eloquência e o chama de Arca do Testamento. Tinha uma força irresistível com as palavras e São Francisco o nomeou como o primeiro leitor de Teologia da Ordem. Em seguida, mandou-o estudar teologia para ensinar seus alunos e pregar ainda melhor. Juntavam-se as vezes mais de 30 mil pessoas para ouvi-lo pregar, e muitos milagres aconteciam. Após a morte de São Francisco, ele foi enviado a Roma para apresentar ao Papa a Regra da Ordem de São Francisco.
Protetor das coisas perdidas. Protetor dos casamentos. Protetor dos pobres. É o Santo dos milagres. Fez muitos ainda em vida. Durante suas pregações nas praças e igrejas, muitos cegos, surdos, coxos e muitos doentes ficavam curados. Redigiu os Sermões, tratados sobre a quaresma e os evangelhos, que estão impressos em dois grandes volumes de sua obra.
Santo Antônio morreu em Pádua, na Itália, em 13 de junho de 1231, com 36 anos. Por isso ele é conhecido também como Santo Antônio de Pádua.
Aconteceram tantos milagres após sua morte que, onze meses após, ele foi beatificado e canonizado. Quando seu corpo foi exumado, sua língua estava intacta. São Boaventura estava presente e disse que esse milagre era a prova de que sua pregação era inspirada por Deus. Está exposta até hoje na Basílica de Santo Antônio na cidade de Pádua. Sua canonização foi realizada pelo Papa Gregório IX, na catedral de Espoleto, em 30 de maio de 1232, sendo o processo mais rápido da história da Igreja. Em 1934 foi declarado Padroeiro de Portugal e, anos depois, em 1946, proclamado Doutor da Igreja pelo Papa Pio XII.
24 de Junho – Dia de São João
Data integrante do calendário da Igreja Católica, o dia de São João é comemorado em 24 de junho para lembrar o dia em que nasceu João Batista, o profeta que previu o nascimento de Jesus Cristo Jesus, anunciou a vinda de Jesus ao mundo e, posteriormente, batizou-o às margens do rio Jordão.
Data cristã celebrada em diversos países, o dia de São João é comemorado no Brasil em formato de Festa Junina, cujo símbolo maior comemoração é uma fogueira.
São João é considerado o primeiro mártir e o último dos profetas.
29 de Junho – Dia de São Pedro e São Paulo
São Pedro e São Paulo são santos considerados “os cabeças dos apóstolos” por terem sido os principais líderes da Igreja Cristã Primitiva, tanto por sua fé e pregação, como pelo ardor e zelo missionários.
São Pedro é o apóstolo que Jesus Cristo escolheu e investiu da dignidade de ser o primeiro Papa da Igreja. “E eu te digo: Tu és pedra e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares sobre a terra, será ligado também nos céus”.
Pregou no Dia de Pentecostes e selou seu apostolado com o próprio sangue, pois foi martirizado em uma das perseguições aos cristãos, sendo crucificado de cabeça para baixo a seu próprio pedido, por não se julgar digno de morrer como seu Senhor, Jesus Cristo. Escreveu duas Epístolas e, provavelmente, foi a fonte de informações para que São Marcos escrevesse seu Evangelho.
Já São Paulo, por sua vez, recebeu educação esmerada “aos pés de Gamaliel”, um dos grandes mestres da Lei na época. Tornou-se fariseu zeloso, a ponto de perseguir e aprisionar os cristãos, sendo responsável pela morte de muitos deles. Converteu-se à fé cristã, enquanto perseguia os cristãos, no caminho de Damasco, quando o próprio Senhor Ressuscitado lhe apareceu e o chamou para o apostolado: “Saulo, Saulo, por que você me persegue?”. Recebeu o batismo do Espírito Santo e preparou-se para o ministério. Desde então, converteu-se e começou a pregar o Cristianismo, viajando pelo mundo, pregando o evangelho de Jesus Cristo e o mistério de sua paixão, morte e ressurreição.
Tornou-se um grande missionário e doutrinador, fundando muitas comunidades. De perseguidor passou a perseguido… Sofreu muito pela fé, sendo coroado com o martírio, morto decapitado. Escreveu treze Epístolas e ficou conhecido como o “Apóstolo dos Gentios”.
Supostamente, a origem da celebração no dia 29 de junho se deu em razão do aniversário de morte e do translado das relíquias de ambos os santos, ocorrido em um dia 29 de junho. O dia de São Pedro e São Paulo tem por objetivo manter viva na memória dos cristãos as origens da Igreja e, por isso, são celebrados no mesmo dia, pois estavam unidos no mesmo propósito. As festividades deste dia costumam se dar em formato de festas juninas, muito provavelmente inspiradas nos rituais de comemoração da fertilidade da terra, ocorridas no período pré-gregoriano durante o solstício de verão na Europa que, posteriormente, foram adotadas pela Igreja Católica como homenagem aos santos do mês. No Brasil, os registros históricos apontam comemorações de festas juninas desde o século XVII.
Mês do Sagrado Coração de Jesus
O mês de junho também é dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, uma devoção que começou por volta do ano de 1620, quando Jesus pediu a difusão da devoção ao Sagrado Coração a Santa Margarida Maria Alacoque. Sendo posteriormente divulgada ao mundo por São Claudio de la Colombiere, diretor Espiritual da referida Santa. Foi um tempo marcado pela perigosa heresia chamada ¨JANSENISMO¨, que impedia os católicos de comungarem com frequência e incutia o medo de Deus na pessoa. E, para provar o contrário, essa devoção ao Sagrado Coração de Jesus quis mostrar exatamente um Jesus humano, misericordioso, e sempre pronto a perdoar como fez o pai ao filho pródigo.
Sagrado Coração de Jesus é uma das três solenidades do Tempo Comum, dentro da Liturgia da Igreja Católica, comemorada na segunda Sexta-feira, após a solenidade de Corpus Christi. Além disso, essa devoção também é cultivada pela Igreja Católica ao longo de todas as primeiras sextas-feiras de cada mês do ano, na adoração a eucaristia, ocasião na qual aqueles que receberem a Sagrada Comunhão receberão as inúmeras graças prometidas por Jesus, quais sejam:
Eu darei aos devotos do meu coração todas as graças necessárias ao seu estado;
Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias;
Eu consolarei em todas as suas aflições;
Serei refúgio seguro e principalmente na hora da morte;
Lançarei bençãos abundantes sobre os seus trabalhos e empreendimentos;
Os pecadores encontrarão em seu coração, fonte inesgotável de misericórdia;
As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas;
As almas fervorosas subirão em pouco tempo, a uma alta perfeição;
A minha benção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de meu Sagrado Coração;
Darei aos sacerdotes que praticarem especificamente essa devoção o poder de tocar os corações mais endurecidos;
As pessoas que propagarem essa devoção terão o seu nome inscrito para sempre no meu coração;
A todos que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e a salvação eterna.